O universo infantil é permeado de descobertas, dúvidas e angústias por parte dos pais. Hoje lançaremos a tag #MPNHresponde. Abordaremos ao longo do ano de forma prática assuntos relacionados à gestação, nascimento, pós parto e desenvolvimento das crianças de uma forma geral e ao mesmo tempo traremos um pouco de conforto para os momentos de medo e incerteza que marcam a chegada de um filho, seja ele planejado ou não, primeiro filho ou não. Neste primeiro texto, explicaremos sobre as bases de aprendizagem das crianças.
Muitas famílias se questionam se as bases da aprendizagem da criança começam a ser construídas efetivamente somente após o nascimento ou se esse processo acontece com o feto ainda no útero. Quando meu filho começa a aprender?
A verdade é que o processo de aprendizagem começa ainda no útero. É lá que se inciai a formação dos circuitos neuronais, e a formação dos hormônios produzidos pela mãe (como o cortisol por exemplo) ajudam nesse processo. Além disso, o filho compreende a mãe, e todos os humores e sensações são passados diretamente para o feto. Bebês rejeitados ainda na gestação são fortes candidatos a portarem distúrbios comportamentais. No último trimestre da gestação acontece o que chamamos de familiarização com a linguagem. É como se o bebê cursasse uma espécie de pré escola ainda na barriga da mãe.
Por volta da 27 semana de gestação o córtex auditivo está sendo organizado. Nesse momento o feto ouve sons de dentro do útero e do ambiente externo. Segundo pesquisa realizada por médicos da Universidade de Helsinque, capital da Finlândia, foi percebido através de estímulos sonoros aplicados durante a gestação, atividades elétricas que também foram registradas após o nascimento num mecanismo que é deflagrado no momento de alteração de uma sequência já conhecida (frases por exemplo).
De fato, o cérebro do feto é capaz de aprender a reconhecer sons antes mesmo do parto e de manter esse reconhecimento após o nascimento. Abaixo, algumas dicas de como promover esse estímulo para o seu bebê:
- Converse com a barriga. Isso mesmo! Papais e mamães, quanto mais vocês conversam com seus filhotes, além de estímulos sonoros, vocês estão promovendo a criação de laços afetivos;
- Entre as 22 e 26 semana o bebê já interage com os sons externos. Coloque melodias suaves próximo a barriga. Esses estímulos trabalharão a memória auditiva da criança;
- A visão do bebê também pode ser estimulada ainda na barriga da mãe. Em torno da 25 semana os olhos já estão formados. Por volta da 31 semana, a íris torna-se colorida. Direcionar luzes de uma lanterna, por exemplo, em direção a barriga faz com que o bebê proteja seu rosto com as mãos, ou mesmo se vire de costas;
- A forma como o feto interpreta as emoções da mãe e do meio externo tem um peso significativo a longo prazo. As carícias na barriga da mãe trazem ao bebê sensações reconfortantes e agradáveis. Desde muito cedo o bebê já reage emocionalmente: assusta-se, movimenta-se, leva as mãos ao rosto, etc.
De fato, o período de 9 meses dentro do útero traz uma série de atividades intensas a cada etapa da formação do cérebro do feto e não resta dúvidas de que todo estímulo oferecido nesse período provoca resultados no desenvolvimento a longo prazo.
Cada uma dessas dicas é muito valiosa, mas sabemos que, de todos os estímulos, o mais valioso que podemos oferecer aos nossos filhos são o amor e a sensação de segurança que só um ambiente familiar saudável pode oferecer.
Até a nossa próxima conversa!
Priscila Dutra
Coordenadora de Projetos Me põe na História