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O que fazer para meu filho comer?

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A queixa sobre recusa alimentar é bastante frequente por pais a partir do segundo ano de vida do bebê. Acontece que é nessa idade que a velocidade do crescimento diminuiu em relação ao primeiro ano de vida e, consequentemente, diminui também o apetite e as necessidades nutricionais. Nesta fase, a criança inicia também um processo chamado neofobia, quando as novidades alimentares são rejeitadas. Um novo entendimento sobre a alimentação infantil que tem se estudado no momento são as crianças “Fussy Eater” e “Picky Eater”.

As crianças com comportamento Picky eater (comensais exigentes) são crianças que possuem um comportamento seletivo que apresentam três comportamentos: recusa alimentar, pouco apetite e desinteresse pelo alimento. Esse comportamento pode resultar em crianças comendo uma variedade limitada de alimentos. Mas, a boa notícia é que geralmente é uma fase temporária. Encorajar as crianças a continuar tentando experimentar novos alimentos é o segredo. Os pesquisadores descobriram que a degustação de alimentos repetidamente em média de 7 a 15 vezes, resulta na aceitação de um novo alimento. Lembrando sempre que isso não significa forçar uma criança a comer, mas sim gentilmente, encorajá-la a provar algo novo que a criança pode gostar também.

Já as crianças Fussy eater (comensais inquietos) têm um comportamento de rejeitar um alimento que era normalmente aceito e agradável. E, mais futuramente, a criança pode voltar a aceitá-lo novamente sem nenhuma explicação aparente. A inconsistência é um padrão no comportamento de crianças que apresentam essa dificuldade.

Esses comportamentos alimentares são relativamente comuns nessa faixa etária e o que determina a duração dessa resistência na maioria das vezes é a atitude dos pais em relação a isso. Aqui vão algumas dicas para lidar com os Picky eaters e Fussy eaters.

  • Coma coisas diferentes, ver os adultos se alimentando estimula a criança a querer experimentar coisas novas e imitar seus familiares.
  • Leve a criança para fazer compras com vocês. Estimule-a a pegar, cheirar e escolher alimentos novos para provar.
  • Peça a ajuda da criança para preparar o alimento. Ela pode misturar a salada, colocar os ingredientes no liquidificador. Depois ficará curiosa para experimentar o resultado final.
  • Brinque com a criança – “Vou te dar cinco colheradas, algumas com e outras sem ervilha quero ver se você acerta qual está com ervilha!” Quando a alimentação torna-se divertida fica mais fácil introduzir coisas novas.
  • Não ofereça outras opções “mais gostosas” quando ela recusar a alimentação oferecida.

Apesar de qualquer desafio que possamos encontrar com nossos filhos, devemos sempre encarar essas difíceis fases alimentares com muita paciência, criatividade e persistência, nunca forçando, ameaçando ou associando a recusa a eventos negativos. A criança precisa conquistar a confiança do que se come de forma natural e não por estímulos negativos. Por isso, devemos sempre estimulá-las a comer uma grande variedade de alimentos com diferentes gostos, cores, consistências, texturas e temperaturas. Nunca desista achando “Ahhh, nem vou oferecer por que sei que ela não vai comer mesmo”, esse pensamento vai restringir e limitar ainda mais a alimentação da criança e causar mais ansiedade entre os pais que não conseguirão nenhuma melhora na aceitação alimentar da criança.

Ellen Montarroyos

Nutricionista MPNH